Monday, December 29, 2003

Outra vez?!

Casa Pia: Paulo Pedroso suspende mandato de deputado


Título de notícia do Público.

Há com cada uma...


Parabéns Slobodan, os meus pêsames Sérvia

Slobodan Milosevic foi eleito para o parlamento Sérvio.

Infelizmente não vai poder exercer o cargo, pois encontra-se retido em Haia a tratar de outros assuntos.

O PS e o Paulo Pedroso ainda têm muito que aprender com o Partido Radical Sérvio...

Friday, December 26, 2003

Contas à Portuguesa

400,000 - Número de portugueses que vivem do salário mínimo nacional (4% da população total);

50,4 milhões de euros - Custo anual do aumento de 9 euros do salário minimo nacional, comportado pela totalidade da economia nacional;

155 milhões de euros - Custo anual do leasing de três submarinos, durante 35 anos, suportado na totalidade pelo estado português, a preços constantes, como estava inicialmente previsto na proposta socialista, apoiada pelo PSD.

O que o país precisa é de mais Zandingas

Segundo o Público, uma senhora de 50 anos, vitima de atropelamento na Avenida João XXI, no centro de Lisboa, teve de esperar uma hora e meia por uma ambulância do INEM. O INEM diz que não, que foi só uma hora. Enfim. Eram 20h39, 17 de Novembro, má hora para se ter um acidente.

No mesmo artigo, fonte do INEM explica: "houve um conjunto de circunstâncias". Bom, ficamos esclarecidos. É curioso, pensei que um serviço de emergência devia estar operaracional para emergências - onde emergem um conjunto não totalmente previsível de circunstâncias, mas não em Portugal. A mesma fonte de INEM adianta mais: "Foi um dia muito complicado em que choveu muito, as ruas estavam entupidas de trânsito e os meios estavam a demorar três vezes mais do que é costume a chegar aos locais". Pois claro que estava a chover, era inverno! Ou seja, as "circustâncias" nem eram assim tão imprevisíveis.

O planeamento do INEM deve ser feito pela mesma malta que planeia o combate aos fogos no verão, onde "por um conjunto de circustâncias" o país arde todo. Circustâncias essas também imprevisíveis, como este ano, por exemplo, onde uma "onda de calor" ocorreu no verão.

A fonte do INEM refere ainda que existem apenas 13 ambulâncias para a região de Lisboa (complementadas por um avião, mas este está geralmente no Iraque), para serviços de emergência. E, nesse dia, ouve ainda duas situações que tiveram prioridade: (1) uma criança de três anos que tinha ingerido metadona dos pais (sim, plural. Mas não tiram a guarda das crianças nestes casos?!) e (2) uma maca que tinha demorado 45 minutos a ser devolvida a uma das ambulância no Francisco Xavier (mas não pode haver mais que uma maca por ambulância? Quanto custa uma maca?!). A outra, que estava estendida na João XXI com uma hemorragia activa, tinha de esperar. Não se sabe ao certo o que as outras 11 ambulâncias (e a carreira aérea Figo Maduro-Kuweit) andavam a fazer nesse momento.

Rendo-me a isto, não há nada a fazer. As prioridades são o que são, e o INEM é o que é, pelo que temos de nos contentar com o país que temos. Mas até que chegue o dia em que consigam prever todos os conjuntos de cirscunstâncias até aqui imprevisíveis, façam-nos um favor: comprem mais ambulâncias e contratem mais equipas de paramédicos.

Monday, December 15, 2003

Só vão atrás dos paneleiros

"(Saddam é um homem) com um aperto de mão mole, quase efeminado, (...) evita sempre olhar para o seu interlocutor (...) e em público fala mal"

Said Aburish


Um homem com esta sensibilidade não devia ser tratado desta forma. Obrigado a esconder-se num buraco na terra, e a mudar de esconderijo cada 3-4 horas (US dixit).

Será que afinal tudo isto era apenas uma briga de namorados? O George tinha deixado ficar as armas de destruição maciça em casa do outro, e agora queria-as de volta, juntamente com as fotografias?

Ou será mais um exemplo de homofobia Texana? Pois com o viril Kim Jong-Il não se metem eles!

Thursday, December 11, 2003

O OEDT

O Público tem hoje uma chamada de primeira página para o problema da toxicodependência na Marinha. Segundo os testes de despistagem feitos por este ramo das forças armadas, 19,4% dos conscritos que entraram na Marinha em 2002 acusaram resultados positivos. Destes, 90,9% foi por terem fumados uma(s) ganza(s) (canabinóides). Ou seja, 17,6% dos jovens dos 17 aos 23 anos (idade média de incorporação) de idade fumam haxixe.

Agora, consulte-se o inábil Observatório Europeu para a Droga e Toxicodepedência (OEDT), e veja-se as estatísticas do National Report de 2001 (cuidado que o ficheiro é gigantesco). Neste relatório diz-se que na faixa entre os 15 e 24 anos, da população em geral, 12,2% usaram cannabis uma vez na vida. Infelizmente, não indica para esta faixa etária qual a percentagem dos que usaram esta substância ilícita nos últimos 30 dias (pois os testes só reagem a um consumo nas últimas 2-4 semanas). Podemos, no entanto, fazer uma pequena extrapolação, e fazer uma estimativa bem conservadora, se imaginarmos que a relação de 1:2 que se tem no grupo etário entre os 12 e os 15 anos, se mantém nos 15-24 (apesar destes últimos terem um passado mais longo, com mais oportunidades para prevaricarem). O OEDT chegaria então ao número 6,1% que, convenhamos, é muito diferente dos quase 18% obtidos pela Marinha!

Eu chego então à conclusão que o OEDT anda a brincar com esta merda. Todas as estatísticas apresentadas nos últimos anos me pareceram sempre demasiado conservadoras. Aliás, basta passear por Lisboa ou um dos seus subúrbios, principalmente na vizinhança de um qualquer liceu, para nos depararmos com uma realidade totalmente diferente. Ou os putos aldrabam, ou a OEDT vai fazer sondagens às aulas de catequese. Outra explicação é que a vida na Marinha só atrai drogados, ou os testes efectuados por esta instituição dão 2 falsos positivos para cada positivo correcto, o que é muito improvável.

Era desejável que o OEDT afinasse as suas estatísticas, mas não só estas. O exemplo dado aqui visa apenas mostrar a fiabilidade desta malta, pois muito pior que isto é o número de heroinómanos a que eles chegaram. A fiarmo-nos no OEDT, Portugal tem apenas 10.000 individuos que usaram heroína nos últimos 30 dias.

Com tanto professor sem colocação este ano, não há ninguém que vá a Santa Apolónia ensiná-los a contar?

Friday, December 05, 2003

No estrangeiro I

Perto de minha casa, dois gajos assaltaram um transporte de valores com uma bazuca ou um RPG, não percebi muito bem, e a polícia também não quis dar muitos detalhes.

O telejornal local deu a esta notícia o mesmo ênfase que daria ao anunciar a descoberta de uma nova estirpe do vírus da gripe nas aves. Parece que ao fugirem com o dinheiro deixaram a bazuca para trás. Devem ter muitas lá em casa.

Quem tem cu tem medo

George Bush afinal tem cu, e enfiou as taxas alfandegárias de 30% por cento à importação de aço no mesmo.

Afinal, as ameaças feitas pela União Europeia (UE), de aplicar sanções no valor de dois mil milhões de euros sobre a importação de vários produtos americanos, sortiram efeito. Há quem diga que estas sanções seriam aplicadas preferencialmente em estados onde não existe uma clara tendência de voto republicano ou democrata. Tentava-se assim influenciar o resultado das próximas eleições americanas. Se o Illinois cantava vitória com as taxas sobre o aço, a California iria chorar com taxas brutais sobre o vinho e a laranja. Não sei se isto era verdade, mas suponho que teve algum efeito.

É verdade que recuou, mas recuou um ano e meio tarde demais. Não percebo para quê tanta indecisão da UE. É importante ter o apoio da Organização Mundial de Comércio (OMC), mas esta espera custou-nos milhões de Euros. Da próxima vez espero que sejam mais lestos. Guardem a listinha de produtos a sancionar.


Penso que daqui a uns anos, haverá centenas de documentários sobre este mandato de George Bush. Irão certamente tentar explicar como é possível ser-se a favor da OMC e da abertura de mercado e ao mesmo tempo aumentar a taxa sobre a importação do aço. Como é que se pode discursar para fora e pedir à UE para reduzir os apoios aos agricultores europeus, enquanto aumenta o apoio aos seus. Como é que enquanto governador defende o isolamento americano, e meses depois, como presidente, quer intervir militarmente em meia dúzia de países. Porque é que, em tempo de défice orçamental record, fez aquela descida de impostos estapafúrdia. E finalmente, como é possivel abrir a caixa de Pandora das armas nucleares tácticas. Eu de certeza não vou perceber, pelo menos não à primeira. Espero viver tempo suficiente para vir um dia a entender isto tudo.

Este homem fez-me lembrar o jogo de computador Civilization. No final do jogo, depois de calculada e apresentada a pontuação final, e de acordo com esta, um cognome é escolhido para adicionar ao nome do jogador, antes de ser colocada na tabela de classificações. Se o mundo fosse tão justo como o Civilization o é, este individuo ficaria para a posteridade como George Bush, o Ignaro.

PS - Há uns anos, Michael Moore, na altura ainda não tão conhecido, numa sequência gravada para o seu programa de televisão, The Awful Truth, inscreveu como candidato para a Câmara de Representantes uma planta. O candidato republicano era então candidato único. Numa zona predominantemente de direita, nenhum democrata se atrevia a desafiá-lo, mesmo sendo potencialmente este o seu terceiro mandato. O argumento era que o ficus não era corrupto, não recebia dinheiro de empresas, nem era passivel de se vergar perante lobbying. Não recebia salário, só precisava de água e luz, e ainda produzia oxigénio! Conseguiram 300 votos. Eu acho que desta vez, com um eleitorado sensível, até uma ameba era capaz de ganhar a George Bush. Teria certamente um programa de governo mais coerente:

Unicelular também é gente, vota Ameba para presidente!


PPS - Aqueles que pensaram "mas e então o 11 de Setembro?", façam-me a mim, e a vocês próprios, um favor; vejam além disso.

Wednesday, December 03, 2003

O Fischer não é fish!

Franz Fischer vai propor (outra vez) a redução drástica da pesca na zona 9 (a nossa). As espécies mais afectadas serão (caso a proposta seja aceite) a pescada, o tamboril e o lagostim, com reduções na ordem dos 61, 80 e 80 por cento, respectivamente.

O homem que se decida! Ou temos peixe a menos, ou então temos peixe em abundância e temos de o partilhar com os galegos e os andaluzes. Decida-se ou cale-se.

Agora, só mais uma coisinha. Não se podem convidar para a televisão, dirigentes sindicais que vão dizer que, cito, "o Sr. Fischer quer lixar os pescadores portugueses", ou, "o Sr. Fischer faz parte dos lobbys espanhóis". Isto tudo num tom histérico, a roçar o ridículo. 'Tá bem que a mensagem não chega a Bruxelas, mas se queremos influenciar alguém lá, é bom que comecem a praticar a argumentação em casa. E já estamos fartos de saber que os senhores pescadores reduziram "voluntariamente" a pesca da sardinha. O argumento já está gasto... Apresentem planos e provas que os recursos são sustentáveis, e se não forem, encontrem formas de os tornarem. Já chega, estou farto, de ver todo um país tratado como se fosse uma mole de 10 milhões de atrasados mentais, incapazes de gerirem o seu país e os seus recursos, precisando aqui e ali de uns conselhos de Bruxelas.

Mas concordamos numa coisa; o Sr. Fischer não é, nem gosta, de fish.