Segundo o Público, uma senhora de 50 anos, vitima de atropelamento na Avenida João XXI, no centro de Lisboa, teve de esperar uma hora e meia por uma ambulância do INEM. O INEM diz que não, que foi só uma hora. Enfim. Eram 20h39, 17 de Novembro, má hora para se ter um acidente.
No mesmo artigo, fonte do INEM explica: "houve um conjunto de circunstâncias". Bom, ficamos esclarecidos. É curioso, pensei que um serviço de emergência devia estar operaracional para emergências - onde emergem um conjunto não totalmente previsível de circunstâncias, mas não em Portugal. A mesma fonte de INEM adianta mais: "Foi um dia muito complicado em que choveu muito, as ruas estavam entupidas de trânsito e os meios estavam a demorar três vezes mais do que é costume a chegar aos locais". Pois claro que estava a chover, era inverno! Ou seja, as "circustâncias" nem eram assim tão imprevisíveis.
O planeamento do INEM deve ser feito pela mesma malta que planeia o combate aos fogos no verão, onde "por um conjunto de circustâncias" o país arde todo. Circustâncias essas também imprevisíveis, como este ano, por exemplo, onde uma "onda de calor" ocorreu no verão.
A fonte do INEM refere ainda que existem apenas 13 ambulâncias para a região de Lisboa (complementadas por um avião, mas este está geralmente no Iraque), para serviços de emergência. E, nesse dia, ouve ainda duas situações que tiveram prioridade: (1) uma criança de três anos que tinha ingerido metadona dos pais (sim, plural. Mas não tiram a guarda das crianças nestes casos?!) e (2) uma maca que tinha demorado 45 minutos a ser devolvida a uma das ambulância no Francisco Xavier (mas não pode haver mais que uma maca por ambulância? Quanto custa uma maca?!). A outra, que estava estendida na João XXI com uma hemorragia activa, tinha de esperar. Não se sabe ao certo o que as outras 11 ambulâncias (e a carreira aérea Figo Maduro-Kuweit) andavam a fazer nesse momento.
Rendo-me a isto, não há nada a fazer. As prioridades são o que são, e o INEM é o que é, pelo que temos de nos contentar com o país que temos. Mas até que chegue o dia em que consigam prever todos os conjuntos de cirscunstâncias até aqui imprevisíveis, façam-nos um favor: comprem mais ambulâncias e contratem mais equipas de paramédicos.
Friday, December 26, 2003
O que o país precisa é de mais Zandingas
às 16:11
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