George Bush afinal tem cu, e enfiou as taxas alfandegárias de 30% por cento à importação de aço no mesmo.
Afinal, as ameaças feitas pela União Europeia (UE), de aplicar sanções no valor de dois mil milhões de euros sobre a importação de vários produtos americanos, sortiram efeito. Há quem diga que estas sanções seriam aplicadas preferencialmente em estados onde não existe uma clara tendência de voto republicano ou democrata. Tentava-se assim influenciar o resultado das próximas eleições americanas. Se o Illinois cantava vitória com as taxas sobre o aço, a California iria chorar com taxas brutais sobre o vinho e a laranja. Não sei se isto era verdade, mas suponho que teve algum efeito.
É verdade que recuou, mas recuou um ano e meio tarde demais. Não percebo para quê tanta indecisão da UE. É importante ter o apoio da Organização Mundial de Comércio (OMC), mas esta espera custou-nos milhões de Euros. Da próxima vez espero que sejam mais lestos. Guardem a listinha de produtos a sancionar.
Penso que daqui a uns anos, haverá centenas de documentários sobre este mandato de George Bush. Irão certamente tentar explicar como é possível ser-se a favor da OMC e da abertura de mercado e ao mesmo tempo aumentar a taxa sobre a importação do aço. Como é que se pode discursar para fora e pedir à UE para reduzir os apoios aos agricultores europeus, enquanto aumenta o apoio aos seus. Como é que enquanto governador defende o isolamento americano, e meses depois, como presidente, quer intervir militarmente em meia dúzia de países. Porque é que, em tempo de défice orçamental record, fez aquela descida de impostos estapafúrdia. E finalmente, como é possivel abrir a caixa de Pandora das armas nucleares tácticas. Eu de certeza não vou perceber, pelo menos não à primeira. Espero viver tempo suficiente para vir um dia a entender isto tudo.
Este homem fez-me lembrar o jogo de computador Civilization. No final do jogo, depois de calculada e apresentada a pontuação final, e de acordo com esta, um cognome é escolhido para adicionar ao nome do jogador, antes de ser colocada na tabela de classificações. Se o mundo fosse tão justo como o Civilization o é, este individuo ficaria para a posteridade como George Bush, o Ignaro.
PS - Há uns anos, Michael Moore, na altura ainda não tão conhecido, numa sequência gravada para o seu programa de televisão, The Awful Truth, inscreveu como candidato para a Câmara de Representantes uma planta. O candidato republicano era então candidato único. Numa zona predominantemente de direita, nenhum democrata se atrevia a desafiá-lo, mesmo sendo potencialmente este o seu terceiro mandato. O argumento era que o ficus não era corrupto, não recebia dinheiro de empresas, nem era passivel de se vergar perante lobbying. Não recebia salário, só precisava de água e luz, e ainda produzia oxigénio! Conseguiram 300 votos. Eu acho que desta vez, com um eleitorado sensível, até uma ameba era capaz de ganhar a George Bush. Teria certamente um programa de governo mais coerente:
Unicelular também é gente, vota Ameba para presidente!
PPS - Aqueles que pensaram "mas e então o 11 de Setembro?", façam-me a mim, e a vocês próprios, um favor; vejam além disso.
Friday, December 05, 2003
Quem tem cu tem medo
às 01:41
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