Monday, December 29, 2003

Outra vez?!

Casa Pia: Paulo Pedroso suspende mandato de deputado


Título de notícia do Público.

Há com cada uma...


Parabéns Slobodan, os meus pêsames Sérvia

Slobodan Milosevic foi eleito para o parlamento Sérvio.

Infelizmente não vai poder exercer o cargo, pois encontra-se retido em Haia a tratar de outros assuntos.

O PS e o Paulo Pedroso ainda têm muito que aprender com o Partido Radical Sérvio...

Friday, December 26, 2003

Contas à Portuguesa

400,000 - Número de portugueses que vivem do salário mínimo nacional (4% da população total);

50,4 milhões de euros - Custo anual do aumento de 9 euros do salário minimo nacional, comportado pela totalidade da economia nacional;

155 milhões de euros - Custo anual do leasing de três submarinos, durante 35 anos, suportado na totalidade pelo estado português, a preços constantes, como estava inicialmente previsto na proposta socialista, apoiada pelo PSD.

O que o país precisa é de mais Zandingas

Segundo o Público, uma senhora de 50 anos, vitima de atropelamento na Avenida João XXI, no centro de Lisboa, teve de esperar uma hora e meia por uma ambulância do INEM. O INEM diz que não, que foi só uma hora. Enfim. Eram 20h39, 17 de Novembro, má hora para se ter um acidente.

No mesmo artigo, fonte do INEM explica: "houve um conjunto de circunstâncias". Bom, ficamos esclarecidos. É curioso, pensei que um serviço de emergência devia estar operaracional para emergências - onde emergem um conjunto não totalmente previsível de circunstâncias, mas não em Portugal. A mesma fonte de INEM adianta mais: "Foi um dia muito complicado em que choveu muito, as ruas estavam entupidas de trânsito e os meios estavam a demorar três vezes mais do que é costume a chegar aos locais". Pois claro que estava a chover, era inverno! Ou seja, as "circustâncias" nem eram assim tão imprevisíveis.

O planeamento do INEM deve ser feito pela mesma malta que planeia o combate aos fogos no verão, onde "por um conjunto de circustâncias" o país arde todo. Circustâncias essas também imprevisíveis, como este ano, por exemplo, onde uma "onda de calor" ocorreu no verão.

A fonte do INEM refere ainda que existem apenas 13 ambulâncias para a região de Lisboa (complementadas por um avião, mas este está geralmente no Iraque), para serviços de emergência. E, nesse dia, ouve ainda duas situações que tiveram prioridade: (1) uma criança de três anos que tinha ingerido metadona dos pais (sim, plural. Mas não tiram a guarda das crianças nestes casos?!) e (2) uma maca que tinha demorado 45 minutos a ser devolvida a uma das ambulância no Francisco Xavier (mas não pode haver mais que uma maca por ambulância? Quanto custa uma maca?!). A outra, que estava estendida na João XXI com uma hemorragia activa, tinha de esperar. Não se sabe ao certo o que as outras 11 ambulâncias (e a carreira aérea Figo Maduro-Kuweit) andavam a fazer nesse momento.

Rendo-me a isto, não há nada a fazer. As prioridades são o que são, e o INEM é o que é, pelo que temos de nos contentar com o país que temos. Mas até que chegue o dia em que consigam prever todos os conjuntos de cirscunstâncias até aqui imprevisíveis, façam-nos um favor: comprem mais ambulâncias e contratem mais equipas de paramédicos.

Monday, December 15, 2003

Só vão atrás dos paneleiros

"(Saddam é um homem) com um aperto de mão mole, quase efeminado, (...) evita sempre olhar para o seu interlocutor (...) e em público fala mal"

Said Aburish


Um homem com esta sensibilidade não devia ser tratado desta forma. Obrigado a esconder-se num buraco na terra, e a mudar de esconderijo cada 3-4 horas (US dixit).

Será que afinal tudo isto era apenas uma briga de namorados? O George tinha deixado ficar as armas de destruição maciça em casa do outro, e agora queria-as de volta, juntamente com as fotografias?

Ou será mais um exemplo de homofobia Texana? Pois com o viril Kim Jong-Il não se metem eles!

Thursday, December 11, 2003

O OEDT

O Público tem hoje uma chamada de primeira página para o problema da toxicodependência na Marinha. Segundo os testes de despistagem feitos por este ramo das forças armadas, 19,4% dos conscritos que entraram na Marinha em 2002 acusaram resultados positivos. Destes, 90,9% foi por terem fumados uma(s) ganza(s) (canabinóides). Ou seja, 17,6% dos jovens dos 17 aos 23 anos (idade média de incorporação) de idade fumam haxixe.

Agora, consulte-se o inábil Observatório Europeu para a Droga e Toxicodepedência (OEDT), e veja-se as estatísticas do National Report de 2001 (cuidado que o ficheiro é gigantesco). Neste relatório diz-se que na faixa entre os 15 e 24 anos, da população em geral, 12,2% usaram cannabis uma vez na vida. Infelizmente, não indica para esta faixa etária qual a percentagem dos que usaram esta substância ilícita nos últimos 30 dias (pois os testes só reagem a um consumo nas últimas 2-4 semanas). Podemos, no entanto, fazer uma pequena extrapolação, e fazer uma estimativa bem conservadora, se imaginarmos que a relação de 1:2 que se tem no grupo etário entre os 12 e os 15 anos, se mantém nos 15-24 (apesar destes últimos terem um passado mais longo, com mais oportunidades para prevaricarem). O OEDT chegaria então ao número 6,1% que, convenhamos, é muito diferente dos quase 18% obtidos pela Marinha!

Eu chego então à conclusão que o OEDT anda a brincar com esta merda. Todas as estatísticas apresentadas nos últimos anos me pareceram sempre demasiado conservadoras. Aliás, basta passear por Lisboa ou um dos seus subúrbios, principalmente na vizinhança de um qualquer liceu, para nos depararmos com uma realidade totalmente diferente. Ou os putos aldrabam, ou a OEDT vai fazer sondagens às aulas de catequese. Outra explicação é que a vida na Marinha só atrai drogados, ou os testes efectuados por esta instituição dão 2 falsos positivos para cada positivo correcto, o que é muito improvável.

Era desejável que o OEDT afinasse as suas estatísticas, mas não só estas. O exemplo dado aqui visa apenas mostrar a fiabilidade desta malta, pois muito pior que isto é o número de heroinómanos a que eles chegaram. A fiarmo-nos no OEDT, Portugal tem apenas 10.000 individuos que usaram heroína nos últimos 30 dias.

Com tanto professor sem colocação este ano, não há ninguém que vá a Santa Apolónia ensiná-los a contar?

Friday, December 05, 2003

No estrangeiro I

Perto de minha casa, dois gajos assaltaram um transporte de valores com uma bazuca ou um RPG, não percebi muito bem, e a polícia também não quis dar muitos detalhes.

O telejornal local deu a esta notícia o mesmo ênfase que daria ao anunciar a descoberta de uma nova estirpe do vírus da gripe nas aves. Parece que ao fugirem com o dinheiro deixaram a bazuca para trás. Devem ter muitas lá em casa.

Quem tem cu tem medo

George Bush afinal tem cu, e enfiou as taxas alfandegárias de 30% por cento à importação de aço no mesmo.

Afinal, as ameaças feitas pela União Europeia (UE), de aplicar sanções no valor de dois mil milhões de euros sobre a importação de vários produtos americanos, sortiram efeito. Há quem diga que estas sanções seriam aplicadas preferencialmente em estados onde não existe uma clara tendência de voto republicano ou democrata. Tentava-se assim influenciar o resultado das próximas eleições americanas. Se o Illinois cantava vitória com as taxas sobre o aço, a California iria chorar com taxas brutais sobre o vinho e a laranja. Não sei se isto era verdade, mas suponho que teve algum efeito.

É verdade que recuou, mas recuou um ano e meio tarde demais. Não percebo para quê tanta indecisão da UE. É importante ter o apoio da Organização Mundial de Comércio (OMC), mas esta espera custou-nos milhões de Euros. Da próxima vez espero que sejam mais lestos. Guardem a listinha de produtos a sancionar.


Penso que daqui a uns anos, haverá centenas de documentários sobre este mandato de George Bush. Irão certamente tentar explicar como é possível ser-se a favor da OMC e da abertura de mercado e ao mesmo tempo aumentar a taxa sobre a importação do aço. Como é que se pode discursar para fora e pedir à UE para reduzir os apoios aos agricultores europeus, enquanto aumenta o apoio aos seus. Como é que enquanto governador defende o isolamento americano, e meses depois, como presidente, quer intervir militarmente em meia dúzia de países. Porque é que, em tempo de défice orçamental record, fez aquela descida de impostos estapafúrdia. E finalmente, como é possivel abrir a caixa de Pandora das armas nucleares tácticas. Eu de certeza não vou perceber, pelo menos não à primeira. Espero viver tempo suficiente para vir um dia a entender isto tudo.

Este homem fez-me lembrar o jogo de computador Civilization. No final do jogo, depois de calculada e apresentada a pontuação final, e de acordo com esta, um cognome é escolhido para adicionar ao nome do jogador, antes de ser colocada na tabela de classificações. Se o mundo fosse tão justo como o Civilization o é, este individuo ficaria para a posteridade como George Bush, o Ignaro.

PS - Há uns anos, Michael Moore, na altura ainda não tão conhecido, numa sequência gravada para o seu programa de televisão, The Awful Truth, inscreveu como candidato para a Câmara de Representantes uma planta. O candidato republicano era então candidato único. Numa zona predominantemente de direita, nenhum democrata se atrevia a desafiá-lo, mesmo sendo potencialmente este o seu terceiro mandato. O argumento era que o ficus não era corrupto, não recebia dinheiro de empresas, nem era passivel de se vergar perante lobbying. Não recebia salário, só precisava de água e luz, e ainda produzia oxigénio! Conseguiram 300 votos. Eu acho que desta vez, com um eleitorado sensível, até uma ameba era capaz de ganhar a George Bush. Teria certamente um programa de governo mais coerente:

Unicelular também é gente, vota Ameba para presidente!


PPS - Aqueles que pensaram "mas e então o 11 de Setembro?", façam-me a mim, e a vocês próprios, um favor; vejam além disso.

Wednesday, December 03, 2003

O Fischer não é fish!

Franz Fischer vai propor (outra vez) a redução drástica da pesca na zona 9 (a nossa). As espécies mais afectadas serão (caso a proposta seja aceite) a pescada, o tamboril e o lagostim, com reduções na ordem dos 61, 80 e 80 por cento, respectivamente.

O homem que se decida! Ou temos peixe a menos, ou então temos peixe em abundância e temos de o partilhar com os galegos e os andaluzes. Decida-se ou cale-se.

Agora, só mais uma coisinha. Não se podem convidar para a televisão, dirigentes sindicais que vão dizer que, cito, "o Sr. Fischer quer lixar os pescadores portugueses", ou, "o Sr. Fischer faz parte dos lobbys espanhóis". Isto tudo num tom histérico, a roçar o ridículo. 'Tá bem que a mensagem não chega a Bruxelas, mas se queremos influenciar alguém lá, é bom que comecem a praticar a argumentação em casa. E já estamos fartos de saber que os senhores pescadores reduziram "voluntariamente" a pesca da sardinha. O argumento já está gasto... Apresentem planos e provas que os recursos são sustentáveis, e se não forem, encontrem formas de os tornarem. Já chega, estou farto, de ver todo um país tratado como se fosse uma mole de 10 milhões de atrasados mentais, incapazes de gerirem o seu país e os seus recursos, precisando aqui e ali de uns conselhos de Bruxelas.

Mas concordamos numa coisa; o Sr. Fischer não é, nem gosta, de fish.

Sunday, November 30, 2003

55,000 quê?

55,000 portugueses já subscreveram um abaixo assinado, que decorre até 5 de Dezembro, sobre a importância de se inscrever uma referência ao Cristianismo no preâmbulo da nova Constituição Europeia. O texto da petição, que se encontra na web, diz o seguinte:

Nós, abaixo-assinados, pedimos que, no futuro Tratado da Europa reunificada, seja inscrita uma referência explícita ao legado Cristão como fonte de valores reconhecidos e partilhados na União Europeia de hoje e de amanhã: respeito da dignidade humana e do direito, solidariedade, liberdade e responsabilidade. Nós pedimos também a garantia da liberdade de religião, do respeito dos crentes e de não-crentes e do diálogo institucional com as Igrejas.

É por causa desta e de outras paroladas deste calibre que não vamos a lugar nenhum. Mas isto é para quê? "Fonte de valores reconhecidos e partilhados na União Europeia de hoje e de amanhã"?! Para impedir a entrada da Turquia?!

Não lhes chega que a nova constituição se inspire nas heranças culturais, religiosas e humanistas da Europa, cujos valores, ainda presentes no seu património, enraizaram na vida da sociedade o papel central da pessoa humana e dos seus direitos invioláveis e inalienáveis?!

No preâmbulo da Constituição da República Portuguesa diz-se assim (e diz-se bem, no meu entender):

A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista.

Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa.

A Revolução restituiu aos Portugueses os direitos e liberdades fundamentais. No exercício destes direitos e liberdades, os legítimos representantes do povo reúnem-se para elaborar uma Constituição que corresponde às aspirações do país.


Ora se estão (aparentemente, pois não há petições) contentes com a nossa Constituição, porque se lembraram agora de chatear a outra? Não encontraram mais nada com que embirrar?

Pressuponho então, que estes 55,000 portugueses estão contentes com o novo sistema de maioria qualificada, da existência de comissários sem voto e da redução do direito de veto! É triste ver que há no meu país 55,000 caramelos mais solidários com um polaco do que com Portugal e os Portugueses.

Era alguma excursão?

Sete agentes do Centro Nacional de Inteligencia (CNI, serviços secretos espanhóis), morreram hoje num ataque perto de Bagdad. Um oitavo está gravemente ferido.

Mas como é que isto aconteceu?! Um agente secreto não é por definição "secreto"? Mas agora viajam todos juntos para rachar a conta da gasosa?! Será que, por óbvio descuido, iam com o uniforme, os famosos bonés de basebal a dizer CNI, óculos escuros e gabardina? Ou perderam-se e andaram a pedir direcções em Castelhano?

Outra explicação é avançada por David Bowden, da Sky News:
"it was a very busy road but the white vehicles of the convoy would have stood out and been easy targets."

Olha Aznar, deixa-te de merdas, e manda lá os teus moços de volta para casa. É que, para andarem lá em excursões a arriscar o pêlo não vale a pena. Deixo-te aqui as palavras de um poeta contemporâneo nosso (que não deves conhecer, pois se nem sequer conheces os teus), que relata um problemazeco que tivemos, há uns anos, e que tem, talvez, algumas parecenças com o teu.


"Os Demónios de Alcácer Quibir"

O D. Sebastião foi para Alcácer-Quibir
de lança na mão a investir a investir
com o cavalo atulhado de livros de história
e guitarras de fado para cantar vitória

O D. Sebastião já tinha hipotecado
toda a nação por dez reis de mel coado
para comprar soldados lanças armaduras
para comprar o "V" das vitórias futuras

O D. Sebastião era um belo pedante
foi mandar vir para uma terra distante
pôs-se a discursar: isto aqui é só meu
vamos lá trabalhar que quem manda sou eu

Mas o mouro é que conhecia o deserto
de trás para diante e de longe e de perto
o mouro é que sabia que o deserto queima e abrasa
o mouro é que jogava em casa

E o D. Sebastião levou tantas na pinha
que ao voltar cá (aí) encontrou a vizinha
espanhola sentada na cama deitada no trono
e o país mudado de dono

E o D. Sebastião acabou na moirama
um bebé chorão sem regaço nem mama
a beber a contar tim por tim tim
a explicar a morrer sim mas devagar

E apanhou tal dose do tal nevoeiro
que a tuberculose o mandou para o galheiro
fez-se um funeral com princesas e reis
e etcetera e tal, Viva Portugal


Sérgio Godinho


Não te esqueças Aznar, que o "Mouro joga em casa", e que o Zapatero está mortinho por se sentar no teu trono.

Envolve meninos?

O advogado de Carlos Cruz (CC), Ricardo Sá Fernandes (RSF, ou o Resposta sem Franquia), foi interceptado pela comunicação social à saída do Instituto de Medicina Legal, depois do exame pericial feito ao seu cliente. Foi um monumental momento televisivo, transmitido pela SIC Notícias:

Repórter - Porque se estavam a rir lá dentro há bocado?
RSF - Ele [CC] contou uma anedota [risos].
Repórter - Qual é a anedota?
RSF - Não posso dizer [mais risos]!
Repórter - Porquê?
RSF - Porque é picante [ainda mais risos, agora mais alarves]!

Que um suspeito de pedofilia conte anedotas de cariz sexual ao seu advogado, ainda vá, mas que o seu advogado venha a público revelar o teor dessas "piadas" é estúpido e é de mau gosto.

A mim, não me dá vontade nenhuma de rir.

Saturday, November 15, 2003

Carlos Raleiras

O homem é raptado hoje no Iraque, e o que é que a comunicação portuguesa faz? Telefona-lhe! "Olá, estás bom? Tudo bem? Então? Como é ser raptado?". À Lusa, Carlos Raleiras disse o seguinte:
”Estou raptado, a situação é muito complicada, não posso falar, agora estou a falar com a minha rádio. Vou desligar”

Entretanto, o telemóvel tem pouca bateria, necessária para comunicar com pessoas que são realmente importantes para solucionar este problema.

Força Carlos.

Friday, November 14, 2003

O Jardim da Celeste

Celeste Cardona é que percebe disto: Não, não e não! Porque não! Salas de chuto não!

E também porque "68 por cento dos reclusos admitem que já tomavam drogas antes de ser presos e que, destes, entre 20 a 30 por cento reconhecem que diminuíram o consumo depois de estarem presos, nomeadamente por via injectável." Ora, o que Celeste não compreende do seu jardim, é que 70 a 80 por cento dos 68 por cento, acrescentados de outros tantos por cento que começam a consumir na cadeia, dá muitos por cento de reclusos, aliás, dá bem mais de metade! E que metade é muita gente, gente que merece ser melhor tratada.

O mínimo de tempo de reflexão, que eu esperaria de uma ministra da Justiça, perante uma proposta para resolver o grave problema da propagação de doenças infecciosas nos estabelecimentos prisionais, é de exactamente 110 minutos. Um segundo por cada um dos presos, cuja vida à morte entregou.

Rock in Rio - Lisboa

É maravilhoso, acho maravilhoso. É a aplicação da Relatividade ao entretenimento. A contracção do espaço (Rio = Lisboa) e a dilatação do tempo (Guns N'Roses2003 = Guns N'Roses1986), num único evento; o único evento apadrinhado por Pedro Santana Lopes (com óbvia excepção das futuras noitadas de Blackjack).

Einstein irá finalmente ser representado ao mais alto e numeroso nível. Pensa-se que meio milhão de 'mecos assistirão a esta coisa.

Eu tenho mais duas sugestões, estas a nível nacional, para potenciar o Euro: Festival Cannes - Moledo do Minho 2004 e; Brit Awards - Albufeira 2004.


Eh pá, façam algo nosso, original!

Tuesday, November 11, 2003

Um dia em Santa Maria

José Vítor Malheiros escreveu hoje no Público um artigo de opinião sobre um dia que passou nas emergências do hospital do Santa Maria. Sem peias, vou reproduzir aqui o artigo na íntegra. O autor vai concerteza perdoar-me.


Um Dia em Santa Maria
Por JOSÉ VÍTOR MALHEIROS
Terça-feira, 11 de Novembro de 2003

São 11h45 quando entro na Urgência do Hospital de Santa Maria, a acompanhar um familiar que sofreu uma queda. Mandam-nos para uma sala de espera e dizem-me que temos de esperar que nos chamem para ir à triagem. Um quadro branco afixado na parede tem escrito em cima "Tempo de espera". Na coluna da esquerda tem escritos os códigos que representam a gravidade de cada doente ou acidentado: "Vermelho", "Laranja", "Amarelo", "Verde", "Azul". À frente de cada cor, na coluna seguinte, está assinalado o tempo médio de espera. À frente de "Verde" está escrito "35 minutos", todas as outras cores têm um traço à frente. Pergunto o que significa o traço. Quer dizer que não há tempo de espera? Que não se sabe? Dizem-me que quer dizer que não há qualquer espera. Mas a sala de espera está cheia! A empregada no balcão de informações encolhe os ombros e volta-se para um recém-chegado.

As pessoas na sala de espera começam a desfiar as suas queixas para o ar. Uma delas espera há uma hora, outra quase há três. Volto ao balcão de informações e pergunto como se explica a diferença entre o quadro e a realidade. A funcionária finge que não me ouve mas um segurança explica-me que o tempo marcado na tabela é o tempo que leva um doente da triagem até ser visto pelo médico. O tempo que se espera até à triagem não é contabilizado. É excelente para as estatísticas! Tão bom como a maneira de contabilizar as listas de espera de cirurgia - só se contam os casos que se quer, da maneira que se quer, até se chegar a um número confortável.

Às 12h50 um enfermeiro vem actualizar o quadro. Apaga os 35 minutos que estavam na mesma linha que "Verde" e escreve um traço. Digo-lhe que estou à espera há uma hora e cinco minutos e que o seu quadro é uma fraude. Responde-me a mesma coisa que o segurança: o quadro mede o tempo desde a triagem até ao médico. Repito-lhe que o quadro induz os utentes em erro e que não passa de uma fraude. Responde-me que é enfermeiro, que não lhe compete ouvir a minha reclamação, que posso falar às funcionárias no balcão de atendimento.

Às 13h20 chamam o nome do meu familiar. Entramos na triagem. Um interrogatório sumário, uma medida de tensão, nenhuma observação. Regresso à sala de espera. Chamam-nos de novo passados quatro minutos. Uma hora e 40 minutos depois de ter visto escrito preto no branco que na Urgência de Santa Maria ninguém espera sequer um minuto para ser atendido, vemos à nossa frente o primeiro médico.

Interrogatório, exame, a papeleta começa a encher-se de pedidos de exames, de análises, de notas. Do médico passamos para uma sala de tratamentos. Às 14h00 o meu familiar é enviado para o Serviço de Observação, onde já não o posso acompanhar. Dizem-me para esperar no corredor, pois um médico virá falar comigo, para me pedir pormenores da história clínica. Espero meia hora, uma hora, duas horas. Ando de um lado para o outro frente ao guichet da enfermeira para que veja que estou por ali, de vez em quando pergunto quando poderei falar ao médico, peço informações. A dada altura a enfermeira, sempre delicada, explica-me que é mais urgente tratar os doentes que falar aos familiares. Claro que concordo, mas os dados da história clínica não serão necessários?

Às 17h30 vejo passar, numa maca, a pessoa que acompanho. Dizem-me que vai fazer uma ecografia e uma TAC. Posso acompanhá-la se quiser. Deixam-nos na sala de espera da Imagiologia. Um pouco depois das 19h00 faz a ecografia. Às 19h13 vai fazer a TAC.

Estamos no hospital há sete horas e meia mas a tabela afixada na urgência diz que o nosso tempo de espera é zero minutos. Nunca saberei quanto tempo demoraria todo o processo até ao diagnóstico porque a minha mãe morreu na mesa da TAC durante o exame.

Thursday, November 06, 2003

Pobre Ribeiro Cristovão

Maria Elisa finalmente decidiu-se e pôs-se a andar - passo a expressão.

Recordemos. Logo após a eleição, a 17 de Março de 2002, estalou-lhe o verniz e entrou em polémicas com a Comissão Parlamentar de Ética, por esta não lhe permitir acumular a função de jornalista na RTP com o cargo de deputada. As regras são claras, só tem que as aceitar.

Mas não aceitou, e em 29 de Julho deste ano, ou seja 16 meses depois de ter sido eleita, Maria Elisa volta à carga. Simula doença, suspende mandato e no mesmo dia entra novamente em funções na RTP. Cura milagrosa, certamente. Santa Marta tudo cura, principalmente febre (de protagonismo).

Mas como os amigos são para as ocasiões, num deslumbrante golpe de rins, Maria Elisa deixa de ser putativa jornalista da RTP, e vê-se nomeada (pelo inefável Martins da Cruz) de "conselheira cultural". Repare-se que não sendo licenciada e não podendo por lei ser nomeada adida cultural, o governo decide então mandá-la "para Londres exercer funções de conselheira cultural, indicando o futuro despacho de nomeação que será conselheira de imprensa para respeitar os requisitos da lei " (como disse, e bem, o porta-voz do ex-ministro Martins da Cruz). O despacho fez o favor de a despachar para longe da ribalta.

Mas finalmente, hoje, lá se decidiu e trocou a suspensão pela renúncia. Gesto bonito, até sublime, como fez notar de imediato o grupo parlamentar do PSD. Deixa saudades no hemiciclo. Todos nós nos lembramos das suas brilhantes intervenções.

Mas agora, quem mete mesmo dó é António Ribeiro Cristovão. Um pobre diabo, que apareceu há tempos a lamentar-se na televisão do facto de agora ser deputado. Que nunca lhe tinha ocorrido ser eleito, que não faz a mínima ideia do que é ser deputado e que não sabe como há-de descalçar esta bota. Então pergunto: Oh António, explique-nos lá porque raio subscreveu a lista de candidatos do PSD?! Parecia simples, não parecia? Bastou uma assinatura, uma fotocópia do BI e uns eventuais quinze minutos de gritaria por comício e tinha direito a cinco minutos na televisão, o que é sempre bom. É a visibilidade, pois claro. O que nós fazemos para que notem em nós. Pois agora, agora tem de se manter calado, duas vezes por semana, na última fila de preferência, que é para não se notar que o amigo não tem nada para dizer. "Desvisibilize-se", ou usando outro vocábulo, este existente, desapareça! Desapareça você, a Maria Elisa e os outros todos, que parecendo que querem ser deputados na realidade não querem.


29 de julho, Dia de SANTA MARTA(Séc.I):
Personagem dos Evangelhos, irmã de Lázaro e Maria(Lc.10,38-42). Hospedeira de Jesus em Betânia. Segundo a lenda, após a ascensão de Jesus ao céu, Marta viajou para Marselhas num barco sem velas e sem leme. Viveu na França onde venceu um dragão em Tarascon, jogando nele água benta. Curou Clovis, o rei dos francos. Padroeira das donas-de-casa. Os gatos eram consagrados a ela, bichos de cozinha e telhado. Intercede por quem tem febre.

Que fina que é a nobreza

Joder! Joder! Joder!

Comentário do avô (taxista de profissão) de Letizia Ortiz Rocasolano, ao saber do noivado da neta com Felipe, Príncipe das Astúrias e herdeiro do trono espanhol.

Volta Monteiro, Estás Perdoado

As andorinhas não costumam arribar por estas alturas do ano.
Muito menos o fazem por Famalicão.


Título e citação de Luís Costa, in Público 06/11/2003
Referindo-se ao comício em Famalicão do PND, cujo símbolo é uma andorinha.

Saturday, October 18, 2003

Teresa beata

Estive aí uns dias de cama, provocados por uma gripe e estupefacção perante o efeito que os 25 anos de pontificado provocaram nos media portugueses. Não houve um único artigo que não louvasse o maravilhoso, adorável, extraordinário, grandioso, imponente, majestoso, nobre, magnificente, faustoso, etc., etc., Karol Wojtyla.

Mas esta gente tem olhos na cara? Estarão a falar do sujeito vestido de branco, que do Vaticano, é agente responsável pela progressão da pandemia da SIDA. Ou do gajo que se prepara para proibir a celebração conjunta com outros credos? Que abafou todos os movimentos progressistas dentro da Igreja? Que pressiona organizações mundias para que estas não promovam métodos anti-concepcionais nos países do terceiro mundo, com graves problemas ambientais e sociais derivados da pressão demográfica? Do homem que atira para a clandestinidade milhares de mulheres que querem abortar, negando-lhes cuidados médicos de qualidade? Mas estão a falar do quê, quando falam da obra do Papa?!

Às pseudo-qualidades do Sumo Pontífice, foi também adicionada, nesta última semana, uma grande consternação em relação ao estado de saúde do mesmo. Um mártir! Pois por mim, pode sofrer à vontade! Pois também é um indivíduo que não revelou qualquer traço de piedade para com aqueles que, sofrendo de doença terminal dolorosa, queriam pôr fim à própria vida.

A somar a isto tudo, veio hoje a notícia que a Madre Teresa de Calcutá será beatificada em tempo recorde. Está bem! Uma santa! Consta que curou uma indiana com cancro de estômago à base de orações. Perante isto, peço apenas que se recordem das palavras da "santa", que disse certo dia que os pobres eram necessários, para que os que deles cuidam se possam elevar aos olhos de Deus. Com estas palavras se explica toda a hostilidade da Igreja ao Socialismo, ideologia sem classes, e todo o seu amor pelo neo-liberalismo. Pois sem miseráveis de um lado (para exercer) e ricos benfeitores do outro (para patrocinarem), mal estariam os samaritanos!

E já agora, onde raio arranja o Vaticano a guita para pôr o Papa a viajar?!


Beata, do Lat. beata, s. f. :
mulher beatificada;
mulher excessivamente devota;
mulher que finge ter muita devoção;
hipócrita.


Adenda (21 Out 2003): Parece que há outros que partilham o meu sentimento sobre a Madre Teresa. A não perder, aqui.

"'tou-me cagando para o segredo de justiça!"

Parece-me que Ferro Rodrigues deixou de ter quaisquer condições para se manter como líder do Partido Socialista.

Independentemente de se saber quem é(são) o(s) canalha(s) que revela(m) estas conversas e outros dados do processo "Casa Pia", que convenhamos, é preciso saber rapidamente, esta direcção do PS já era. E não perceber isso, é cair ainda mais no ridículo e afundar ainda mais o Partido.

Monday, October 06, 2003

A Praxe

Há uns dias, como provavelmente sabem, 9 infelizes, manietados por 2 cretinos, simularam um assalto numa dependência da CGD em Oeiras, no âmbito da recepção anual aos caloiros, mais conhecida por praxe.

Convidado no dia seguinte q ir à SIC para ajudar analisar o caso, o presidente actual da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST), Nuno Abrantes, tentou, à magnifica cadência de uma palavra por minuto, elucidar o iniludível. No meu tempo, o presidente da AEIST era votado pelos alunos. Agora como é? Por sorteio?!

Oh Nuno, quando te perguntaram se achavas se a "brincadeira" era premeditada, e tu respondeste que não, que certamente era uma coisa do momento, não te perguntaste a ti próprio quem é que anda na rua com onze máscaras de ski (ou meias, ou lá o que era aquela merda) no bolso de trás dos jeans, just in case?!

Tu estás a brincar connosco?

Carta aberta ao ex-ministro da Ciência e do Ensino Superior

Exmo. Sr. Dr. Pedro de Faria,

Primeiro, gostava de lhe pedir desculpa por o tratar pelo último nome. Sim, eu sei que gosta mais do Lynce, é mais fino, com Y e tudo, o nome do cromossoma masculino, logo mais felino, sim, mais animal. Eu também gostava que me tratassem pelo nome do meio, é mais bonito, e, olhe lá que coincidência, também já teve o Y másculo em tempos, mas foi removido pela mesquinhez salazarista. O seu, pelos vistos não.

Mas estávamos falando em animal. Pois, veja lá Sua Exa. que quando navegava na Internet fui parar à página do ministério, de onde Sua Exa. emanava leis e cunhas, e onde deparei com cópias do requerimento da sua enteada Diana, o seu posterior despacho e ainda cópias do certificado de habilitações da estudante em causa.

Agora pergunto-me, de que parte do conjunto de funções atribuídas ao seu ex-ministério (que lembro, o senhor ainda tutela) é que vem a devassa de informação privada dos candidatos ao ensino superior? Para se compreender porque razão Sua Exa. (não?) favoreceu individamente a filha do seu colega é preciso expôr a público que a desgraçada não conseguiu mais do que uns míseros 13,5 valores a matemática? E o número do bilhete de identidade está lá a fazer o quê? O que é que esclarece?

Oh homem, deixe-se disso, você também não gostava que andassem aí a comentar as notas da sua filha, a bela Inês, que por acaso também assina Lynce.

Volte lá para o Instituto Superior de Agronomia e pare de se desculpar. Nós já percebemos que não tem a culpa.

Você já nos disse que nunca fez favores a ninguém, mas olhe, abra mais uma excepção e faça agora um favor a si próprio, deixe o assunto morrer e pare lá de ser patético.


Com os melhores cumprimentos,

O Merdas

Sunday, October 05, 2003

Nova ministra

Maria da Graça Carvalho é a nova Ministra da Ciência e do Ensino Superior. Repare-se que Durão Barroso deu aqui um salto quântico que importa notar: trocou um agricultor, doutorado em Nutrição e Fertilidade, por uma engenheira mecânica especialista em energia e desenvolvimento sustentável.

Para um país em risco de violar o único acordo internacional ambiental que fez na sua história (o tal de Kyoto), espero que isto seja um sinal que o ambiente, a reciclagem, as energias renováveis e o desenvolvimento sustentável fazem parte de algum parágrafo obscuro do incompreensível programa do governo.

Mas calma, os verdes que não se excitem, que até lá ainda é preciso mudar o Ministro do Ambiente, o Theias, que de há tanto estar desaparecido já há quem comente que se deve ter afogado nos dejectos de suíno do rio Lis. Não merece melhor.

Friday, October 03, 2003

Vou de férias para a Comporta

Vou de fim de semana para a praia da Comporta. Para além da oportunidade de rever o piroso Museu do Arroz, pode-me calhar agora a sorte grande e enquanto estou a banhos, dar-me na tola um das centenas de pacotes de cocaína que estão a dar à costa.

Desejem-me sorte.

Com amigos destes...

"Aqueles que me conhecem sabem que nunca fiz um favor a ninguém!",
Pedro Lynce, ex-ministro da educação.

Mal fez Martins da Cruz em se dar com um tipo destes.

Pobre Diana

Não, a pobre a que me refiro neste post não é a malograda Diana de Gales, mas sim Diana Champ Martins da Cruz (não sei se o Champ é um petit-nom para Champion ou se a infeliz rapariga se chama mesmo assim).

Então não é que o pai a recambiou para o estrangeiro?! Depois de terem tentado forçar a sua entrada na faculdade de medicina da Universidade Nova, criando uma excepção à regra de excepção, eis que vem pai sofrido aos media dizer: "vejam o que me obrigaram a fazer, a minha filha tem de ir para a estranja".

Caro Martins da Cruz, o povo está contigo, os que não têm dinheiro para pagar as propinas mas têm filhos com mérito para ir para a faculdade compreendem certamente o teu drama. Tu que tens uma filha sem mérito mas que felizmente tens dinheiro para a mandar estudar para o raio que a parta!

'Tás perdoado pá

Cá está, tinha de ser, Arnold pediu desculpas. Depois de ter sido acusado de ter apalpado a peida a uma, as mamas a outra, e ter mandado uns piropos a outras quatro, isto tudo há uns valentes aninhos atrás, apareceu muito sofrido a pedir desculpas. Para aqueles com admiração pelo melodrama, podem observar o púngido video aqui. O que eu mais gostei das declarações do Austríaco foi o facto de se ouvir claramente o clamor de centenas de mulheres histéricas na assistência, enquanto este suplicava perdão para as câmaras, num uníssono que, juro, me soou numa altura a "apalpa-me a mim! apalpa-me a mim!".

Cá fica mais um testemunho da alta politica à americana.

Ensandeceu!

Isto de ficar acordado até tarde faz-nos mal. Arriscamo-nos a assistir a coisas demasiado patéticas como a que vi hoje, mais uma vez, na SIC Notícias. A Maria de Belém passou-se dos carretos!

Sentindo-se insultada por Luis Delgado quando este, ao comentar o novo escândalo do ministro Lynce, disse que não se deviam tirar conclusões precipitadas, e que até se lembrava de um caso semelhante passado com Maria de Belém. Quando também esta, tinha sido acusada de favorecer um filho ou uma filha, não se lembrava bem, e depois se veio a provar que era tudo infundado.

Então, não é que passado umas horas, a Maria de Belém aparece na SIC a fazer-se de virgem ofendida, vítima de vis acusações. Afirmou que a filha tem 18 anos, acabou de entrar agora para a faculdade e que quando fez 18 anos lhe disse: "mãe, agora tenho 18 anos, sou independente e vou dar sangue" - "isto demonstra bem o carácter da minha filha", acrescentou ainda Maria de Belém, já lacrimejante. Pediu especial atenção para o facto de a filha estar agora na primeira semana da faculdade, período extramente difícil. Depois de tanto disparate, lá referiu o caso do enteado do marido e do pedido de reavaliação da nota deste para entrada na faculdade, caso a que certamente se referia Luis Delgado. Terminou então a sua disparatada prestação, exigindo um pedido de desculpas público do homem que nem desculpas pediu por ter ido para a Lusa.

Ora, alguém faça o favor de explicar à senhora que o homem não a acusou, até a defendeu, e que não se estava a referir à filha dadora de sangue, mas ao tal enteado do Liceu Francês. Acabei perplexo, e a pensar de onde viria tanta confusão, e então lembrei-me: tive o privilégio de me cruzar com Maria de Belém há cerca de ano e meio na Dam em Amesterdão. Será que a senhora provou uma daquelas iguarias pela qual a cidade é conhecida, e que devido à compleição frágil a droga lhe continue ainda a bater?! Será possivel? Estes senhores diriam certamente que sim, mas estes dizem que não!

Quanto à idoneidade do Sr. Luis Delgado, outros há que dizem tudo. Vocês pensem lá no que quiserem...

Thursday, October 02, 2003

Está bem

Ora está bem, sim senhor. Que brilhante ideia isto das universidades estipularem o valor da propina já depois dos putos se terem candidato e as vagas terem sido atribuídas.

Assim os paizinhos pagam e não estrebucham muito, pois os petizes não podem ir para mais lado nenhum.

Está bem.

Pirosa

Estava eu ontem a fazer compras no supermercado quando um sujeito me perguntou: "Ouve lá pá, qual é a tua ligação ao famoso Al-Merdas da Arábia Saudita?".

É interessante que me tenham perguntado isto, porque tenho tentado acompanhar o percurso do meu caro homónino Saudita nos últimos tempos, e tenho de confessar que me fascina!
É interessante ver que como este indivíduo pegou num tema que a sociedade ocidental evita, e fez dele uma bandeira. Não há dúvida nenhuma que a Barbie corrompe a mente das crianças. Qualquer palerma que olhe para a maneira como a boneca se veste, vê que a Mattel sofre de um problema gravíssimo de mau gosto. E o Ken, já agora, tenho do afirmar, veste-se que nem um palhaço.

Já era tempo de alguém fazer algo sobre o assunto.

Oh Manuela!

Acabei de assistir na SIC Notícias, a querida ministra das finanças dizer aos deputados, algo como: "(...) se querem mais investimento têm de aumentar os impostos, se não quiserem aumentar os impostos têm de aumentar o individamento. E o individamento não vai criar mais emprego nem mais crescimento(...)". Como estou a citar de memória, e já sabem que a minha não é boa, poderá não ter dito exactamente estas palavras, mas foi isto que ela disse.

Eu fiquei que não me pude, e então fui ao Banco de Portugal. Os números andam por lá.

Então não é que no tempo do Aní­bal, o timoneiro do oásis, o défice orçamental era muito superior ao que era hoje?! E na altura o investimento não parou. Basta lembrarmo-nos da finalização expresso da auto-estrada do norte onde até velhinhas andavam a acartar pedra, ou da precipitação inaugural da Via do Infante, onde desabaram umas dezenas de metros uns dias mais tarde devido a "um grau de pluviosidade anormal", nas palavras de um qualquer secretário de estado da altura.

Mas esta gente sabe do que fala? Nunca terão lido Keynes? Se não leram podem ler aqui. Eu também nunca li, mas tenho a certeza de que se fosse ministro da economia o iria ler...

O porquê d'O Merdas

Muitas pessoas na rua perguntam-me: Ouve lá pá, porque te chamam "O Merdas"?
É simples, chamam-me O Merdas por oposição a "um Merdas", e isto já há muitos anos... Foi um momento histórico, esse em que me acordaram para a dura realidade de ser não um, mas o merdas. É pena é não me lembrar muito bem de onde e quando foi esse momento. É singular e extremamente importante esta minha última afirmação, porque aqui o vosso amigo subiu de categoria exactamente por nunca se lembrar de nada! Nem de datas festivas, nem do que tinha acabado de combinar, nem do que tinha prometido fazer (esta última às vezes é muito útil). Foi depois da constatação de que mais uma vez tinha 4 jantares combinados à mesma hora, e depois de ter decidido não honrar nenhum, para não me acusarem de favoritismo, que um grande amigo me armou, tal qual um cavaleiro, d'O Merdas.

Desde então tento defender o meu bom nome, evitando recordar-me desse episódio.

Do push para o pop

Gostava apenas de esclarecer aos potenciais leitores o porquê deste blog. Dei-me ao trabalho de montar este blog por motivos muito simples, e nada devido aos narcisismos que por aí andam. Durante algum tempo mandei, a um grupo selecto, notícias com que deparava durante as minhas navegações diárias pela internet. Estes mails, muitos acompanhados de comentários, eram como "moscardos, que espicaçam o sono fácil das ideias feitas" (porra, que o Sócrates era um gajo inteligente!)
Após uns anos, fartei-me de (1) quase nunca receber respostas ou comentários; (2) haver pessoas que me confessaram que apagavam as notícias sem as ler e (3) ainda haver outros que reclamavam por receberem a merda dos mails, porque, e cito, "não gosto de receber mails para manadas". Foda-se! Como se os mails que mandei fossem para a carneirada! São é uma cambada de bois ingratos... Se soubessem o trabalho (e já agora, porque não, e porque fica bonito dizê-lo, o amor) que eu colocava em cada um desses emails: a leitura dos jornais, os copy&pastes, a selecção dos destinatários.... Puta que os pariu!

Mas não sendo de rancores, e considerando-me eu próprio como um tipo com uma veia "experimentalista", decidi, contra a corrente, regredir: passei do push para o pop!
O push, que como sabem os gajos mais ligados à tecnologia, é o empurrar das notícias pela goela abaixo do destinatários, enquanto o pop obriga os interessados a virem aqui chupá-las. Há anos que se anunciava o push como o futuro, pois vejam; é mentira, e não sou o único quem o diz: Push Technology: Still Relevant After All These Years?

Farto de mandar mails para as paredes pensando que tinha destinatários do outro lado, decidi assumir. Agora, mando mails às paredes conscientemente, e se alguém os quiser cá vir buscar tanto melhor, quem não quiser... que se foda; fique ignorante; a mim tanto me faz!

Só lê quem quer

Este blog destina-se a ser uma catarse, sítio onde habitualmente despejarei a minha raiva e o meu desencanto. Contra tudo e contra todos.

Erros ortográficos são da responsabilidade do autor e este desculpabiliza-se com a má educação de Português na escola. Outro factor contra a correcta verbosidade pode ser imputada à longa ausência do país natal por parte do autor. Correcções serão bem vindas, mas predicações serão devolvidas acompanhadas de adjectivação apropriada. O autor assume-se desde já como indivíduo pouco loquaz.

Só lê quem quer.