55,000 portugueses já subscreveram um abaixo assinado, que decorre até 5 de Dezembro, sobre a importância de se inscrever uma referência ao Cristianismo no preâmbulo da nova Constituição Europeia. O texto da petição, que se encontra na web, diz o seguinte:
Nós, abaixo-assinados, pedimos que, no futuro Tratado da Europa reunificada, seja inscrita uma referência explícita ao legado Cristão como fonte de valores reconhecidos e partilhados na União Europeia de hoje e de amanhã: respeito da dignidade humana e do direito, solidariedade, liberdade e responsabilidade. Nós pedimos também a garantia da liberdade de religião, do respeito dos crentes e de não-crentes e do diálogo institucional com as Igrejas.
É por causa desta e de outras paroladas deste calibre que não vamos a lugar nenhum. Mas isto é para quê? "Fonte de valores reconhecidos e partilhados na União Europeia de hoje e de amanhã"?! Para impedir a entrada da Turquia?!
Não lhes chega que a nova constituição se inspire nas heranças culturais, religiosas e humanistas da Europa, cujos valores, ainda presentes no seu património, enraizaram na vida da sociedade o papel central da pessoa humana e dos seus direitos invioláveis e inalienáveis?!
No preâmbulo da Constituição da República Portuguesa diz-se assim (e diz-se bem, no meu entender):
A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista.
Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa.
A Revolução restituiu aos Portugueses os direitos e liberdades fundamentais. No exercício destes direitos e liberdades, os legítimos representantes do povo reúnem-se para elaborar uma Constituição que corresponde às aspirações do país.
Ora se estão (aparentemente, pois não há petições) contentes com a nossa Constituição, porque se lembraram agora de chatear a outra? Não encontraram mais nada com que embirrar?
Pressuponho então, que estes 55,000 portugueses estão contentes com o novo sistema de maioria qualificada, da existência de comissários sem voto e da redução do direito de veto! É triste ver que há no meu país 55,000 caramelos mais solidários com um polaco do que com Portugal e os Portugueses.
Sunday, November 30, 2003
55,000 quê?
às 03:04
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